Atalho do Facebook

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Capítulo VII

Tudo pode ser simplesmente perfeito, mas nem sempre é assim... Os contos de fada em geral não se tornam reais. Nem sempre após o almoço temos a chance de saborear uma caixa de bombons. O sabor daquele prato especial que se vê em capas de grandes revistas gastronômicas pode muito bem não agradar você. O dia perfeito tem sempre um fim – e às vezes o fim é a parte mais perfeitamente finita, se é que me entendem. Sua música favorita pode te dar dores de cabeça, pois às vezes ela simplesmente não se encaixa. Atos que poderiam ser perfeitos em um romance de Jane Austin podem revelar-se um grande erro em outros.

No momento tudo que disse acima pode parecer incrivelmente ridículo, mas quem sabe no fim tudo se esclareça... Então, vamos tentar.

*****

Um dos meus maiores sonhos, que em breve pretendo realizar, é viajar a Europa e passar um tempo por lá. Acredito que para muitos o simples fato de dizer que quero ir para este lugar é auto-explicativo. Afinal estamos falando de um dos lugares mais desejados como destino turístico, tanto pela história, quanto por suas belezas naturais. Bom, para mim esse desejo que preciso urgentemente realizar merece sim explicações.

Tenho deixado bem claro aqui minha paixão por livros. Então agora esclareço que ela se expande também aos filmes e que para mim é simplesmente muito fácil dedicar horas sem fim imersa em ambas as formas de se contar uma boa história.

Com o passar do tempo, essa relação com a narrativa literária e cinematográfica tornou-se cada vez mais intimista e meu desejo por colecionar livros expandiu-se para uma necessidade de busca pelas sensações descritas nessas obras.

Eu percebi que precisava mais e mais ver uma paisagem descrita por um personagem, sentir o doce sabor de um vinho degustado por outro, apreciar as maravilhas de um por do sol através de uma determinada janela, me confortar com o toque de um tecido, sentir o prazer de um almoço em um restaurante japonês e tantos outros pequenos detalhes que para mim, muito além de relatos de um conto de fadas, passaram a ser um objetivo.

Sei. Agora deve estar achando que sou louca não é?! É provável que agora resolva que não deve mais ler este blog, que tudo isso é uma perda de tempo e que o melhor é mesmo que eu procure um psicólogo com urgência. OK! Não o culpo. Mas para mim essa pequena – talvez possamos chamar assim – obsessão, na minha humilde opinião, não é muito diferente do impulso de um colecionar de selos ou moedas antiquadas.

É isso mesmo. Para mim essa busca por cenários e sensações é como uma corrida atrás das figurinhas mais desejadas por um colecionador de adesivos dos campeões da copa de 94.

Nunca fiz nenhuma lista dos locais que pretendo ir, ou dos pratos que quero degustar, nem nada do tipo. Não sou do tipo organizada e não costumo anotar meus desejos, nem nada do tipo - ao contrário da minha irmã mais velha que todo ano faz uma lista de objetivos, metas, ou sei lá o que -, mas cada uma das coisas que quero viver estão na minha cabeça e de vez em quando uma aflora e eu percebo que é possível realizá-la de imediato ou encaro que minha viagem para a Europa é incrivelmente necessária.

Um desses grandes desejos é um pouco mais complicado, pois é algo que não depende apenas de mim. Quero muito, mas muito mesmo encontrar alguém especial. Sei que ele não virá em um cavalo branco – o que é lamentável não?! –, mas precisa gostar de mim tanto quanto eu goste dele.

Infelizmente eu encontrei alguém que chegou bem próximo dessa descrição – e ele não chegou em um cavalo branco... “porque ainda estou insistindo nisso?”-. É, sei que é estranho o infelizmente em destaque no início da sentença, mas é preciso dizê-lo.

Esse garoto em particular era simplesmente perfeito – e notem bem que não paro de repetir isso, porque adoro tudo o que é simples e ainda sim perfeito – e o fato de vir com tanto jeitinho até mim e pedir em namoro foi tão lindo que antes de conseguir me frear já tinha dito sim. Ele era perfeito. Mas éramos de tamanhos diferentes, peças de quebra cabeças que não se encaixavam. Ele dizia que gostava muito de mim. Eu tinha uma mágoa muito grande de outro amor para conseguir abrir meu coração para ele. Infelizmente.

Incrivelmente eu me vi em uma situação que não condizia com grande parte dos meus romances favoritos, mas ainda sim aconteceu. Pelo menos aqui a situação se encaixa. No romance de um livro talvez.

Tá, já sei. Não dá.
Pelo menos vou tentar
Imaginar.
E você podia ao menos
Alimentar 
As esperanças de voltar.

Não posso obrigar 
A você me amar.
Nem quero exagerar,
Que demais a mais eu sou 
Um sonhador
Fiel às regras do amor.
(Sonhador – Otávio Toledo/Bruna Caram)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Surpresa!

Capítulo VI

Aniversários costumam ser momentos muito especiais na vida das pessoas. Certamente, assim como muitas adoram e gostariam de poder viver mais dias como esse, outras só enxergam motivo para desgosto, um desejo de clicar na opção “não curti” do facebook, xingar todo mundo que ameaçar cantar parabéns... tudo por estar ficando um pouco mais velho. Não sei você, mas eu conheço pessoas assim.

Já elaborei algumas festas surpresa, para amigos e parentes. Lembro-me com carinho de uma que fizemos para as minhas irmãs mais velhas. Elas fazem aniversário no mesmo mês. A Josi no dia 24 e a Ana no dia 26 de julho e, portanto sempre comemoram o aniversário juntas.

Há alguns anos, acho que há uns três ou quatro, elas até fizeram uma tatuagem para marcar a data e acredito que também com o objetivo de se unirem ainda mais em torno de uma semelhança física.

Não somos muito parecidas fisicamente. Uma é branquela e tem cabelos pretos, a outra é morena clara e magra, com o rosto pequenino, eu sou um pouco mais morena ainda e tenho mais altura e lábios grossos, outra tem os cabelos claros... Também não temos muita semelhança nos aspectos psicológicos e variamos e extremamente extrovertida, palhaço de festa mesmo até a mais introvertida e meio nerd.

É bem comum que durante as festas na nossa casa os parentes discutam sobre as nossas semelhanças e claras diferenças, fato que só colabora para um crescente mau humor entre nós. Se tem uma coisa que detestamos, é essa análise descarada. Após as reuniões familiares, normalmente passamos horas discutindo essas impressões externas e em uma coisa sempre concordamos. Todos os comentários são inoportunos.

*****

Engraçado como existem surpresas de vários tipos. É sério. Você deve estar pensando que existem apenas as ruins e as boas, mas está enganado. Existem surpresas elegantes, inconvenientes, mal elaboradas, criativas, planejadas... e existem também aquelas que ninguém sabe quem preparou e nunca saberá. Essa última eu classifico como “surpresas divinas”.

Foi em fevereiro de 2010 que me ocorreu uma dessa surpresas. Claro que naquele momento eu não tinha como imaginar o quanto aquele momento provocaria mudanças na minha vida, mas lá estava eu participando de uma “surpresa divina”.

O ano letivo já havia começado há uma semana, mas como os primeiros dias são utilizados pelos veteranos na aplicação de trotes, resolvi que me ausentaria da faculdade nesse período. Passado todo o rebuliço da recepção de péssimo gosto aos calouros, mais ou menos no meio do mês de fevereiro, eu resolvi retornar a faculdade e iniciar o segundo ano da faculdade.

Após dois meses de férias eu estava com as energias recarregadas e com uma vontade incrível de rever meus novos amigos e aprender um pouco mais... não, não... muito mais sobre a minha futura profissão.

Naquele dia, uma segunda-feira, fiquei a tarde toda pensando em uma roupa para marcar o início daquele ano letivo. Escolhi o short que mais gostava e uma bata azul, toda xadrez e fofa que ainda amo. Toda contente me vesti e fui para a esquina da minha rua, no fim daquela tarde de verão, e esperei a van que me levaria para o Campus que fica na cidade vizinha a minha.

Alguns minutos depois o transporte chegou e ao entrar me deparei com algo que ainda não sabia se era legal ou assustador. No meio da van, sentadinho em uma poltrona, estava um dos meus antigos colegas de ensino médio. Naquele momento passou pela minha cabeça uma sequência de pensamentos na velocidade da luz – e aqui revelo que amo Star Wars.

“Ele está muito diferente, então não deve ser ele.”

“Não, com certeza é ele.”

“Como está forte.”

“Caramba! Será que eu também consegui ficar mais bonita nesse tempo?”

“Devo me esconder ou falar com ele.”

- Luis! – isso foi o que eu disse após ele levantar a cabeça, olhar nos meus olhos e demonstrar que também tinha me reconhecido. Confesso que isso magoou um pouquinho. Afinal, não devo ter melhorado muito.

Como não havia vaga ao lado dele, me sentei no banco da frente. Na verdade me ajoelhei, virei para trás e fiquei o tempo todo tagarelando sobre o tempo que tinha passado, o curso que ele estava fazendo, e me gabando de, apesar de também ter demorado a entrar na faculdade – fiquei dois anos sem estudar -, já era veterana e ele apenas um calouro.

O mais engraçado de tudo foi que em pouco tempo já estava conversando com ele como se fossemos velhos amigos, quando na verdade nem nos falávamos durante os três anos que dividimos a mesma sala de aula.

Aquele início de ano e sua “surpresa divina” estavam me saindo melhor que a encomenda. Eu teria pela frente um ano inteiro recheado de aulas práticas de telejornalismo e radiojornalismo, com uma cobertura de amizade saída do forno. Aqueles cerca de 320 dias tinham tudo para ser maravilhosos.

domingo, 17 de julho de 2011

Na vida, nada se aprende ouvindo falar

Capítulo V

Uma coisa é bem divertida em ser jovem: a ladainha que os mais velhos insistem em jogar nos nossos ouvidos sobre erros que não devem ser cometidos. Quer saber, esses discursos de nada servem.

Quando ainda era bem pequena, tão pequenininha a ponto de não possuir nenhuma memória além das histórias que meus pais me contaram, resolvi dar um passeio pela casa e andando pela cozinha, usando móveis e paredes como apoio, acabei inadvertidamente colocando minhas sensíveis mãozinhas no vidro do forno. Minha mãe resolvera assar biscoitos de polvilho, delícia mineira, justo nesse dia e eu acabei com ambas as mãos queimadas. Uma pena para uma criança? Com certeza. Mas será que eu teria aprendido que era melhor ficar bem longe dali se minha mãe houvesse me dito isso? Pouco provável.

Tudo isso pode parecer apenas uma história boba e sem sentido, mas eu acredito realmente que nós, como verdadeiros animais que somos, só aprendemos na base da experimentação, da busca pelos nossos desejos, mesmo que para isso muitos erros nos aguardem no caminho. E cá entre nós... eles são essenciais.

No dia a dia sempre nos deparamos com escolhas que podem representar passos importantíssimos e ditar o norte de nossas vidas. A escolha que tomei em cursar Jornalismo com certeza faz parte deles.

Há alguns anos, quando ainda cursava o ensino médio, minha mãe resolveu me apresentar para um colega de trabalho dela. Ele tinha cerca de 20 anos, uns três a mais que eu. Não demorou muito e combinamos de nos encontrar no shopping para assistir a um filme: A era do gelo.

Até aquele momento nunca havia me apaixonado verdadeiramente por ninguém. Lógico que já havia passado pelos amorzinhos platônicos do jardim de infância e tido a experiência de amar profundamente um grande amigo durante os primeiros anos do ensino fundamental, quando ainda morava em Minas Gerais e a rua era meu parquinho de diversão. Nossa, só de pensar já me bate uma saudade louca.

Mas ele foi diferente. O diálogo era fácil, o olhar me dava um frio na barriga e o beijo... ah, foi apaixonante. Simplesmente não consegui ignorar tudo aquilo. Foi demais para mim. Em apenas um dia de convivência eu já estava loucamente apaixonada.

Infelizmente para mim, logo percebi que o romance da minha cabeça não existia. Em resposta a minha louca paixão recebi uma negativa de gelar até o mais duro dos corações. Ele havia terminado um namoro há pouco tempo e não queria se apaixonar. Este foram os dizeres do próprio foco de amorzinho da minha adolescência.

Juro que, apesar de parecer infantil da minha parte – e que se dane se foi imaturo, eu tinha só 16 anos – eu passei uns dois dias trancada no quarto me desmanchando em lágrimas.

Tudo bem que eu me acabar de chorar não é grande coisa. Em geral, grande parte das coisas me fazem chorar, dês de cenas de filmes infantis até um lindo livro de amorzinho. Só não sou do tipo que chora porque ganhou uma flor. Chorar de felicidade pra mim é o cúmulo... mas deixemos isso para lá.

Nesse dias de choro convulso minhas irmãs ficaram preocupadíssimas – por sinal ainda não disse que tenho três irmãs: a Josi – o nome dela é Josepine, mas ela detesta, então não espalha tá? – que é uma grande amiga, oito anos mais velha que eu, mas moleca-e-sapeca-como-ela-não-há; a Ana Paula – que eu chamo só de Ana mesmo por que ninguém merece ter que chamar alguém por dois nomes – é cinco anos mais velha que eu e meu ídolo, porque pra fazer Biologia – eita curso chato – e ainda prolongar os estudos com um Mestrado, tem que ser muito forte e corajosa; e a Isa, Bela, Bebel... a Isabela, minha imazinha caçula, cinco anos mais nova que eu, que é responsável por guardar meus maiores segredos.

Mas como eu ia dizendo, nesse dia minhas irmãs ficaram extremamente preocupadas comigo, principalmente quando eu disse que aquela situação havia me ensinado uma coisa. Homens não prestam e paixões são inúteis.

Tudo bem, vocês também devem estar condenando minha atitude, mas naquele momento eu estava profundamente ferida, e não dá pra ser racional numa hora dessas.

Por cerca de três anos fiquei em um verdadeiro vai e vem nesse relacionamento indefinido: de ódio ao amor, de amiga à ficante. Até hoje não sei como classificar esse momento da minha vida. Simplesmente não faço idéia do que éramos, muito menos do que somos hoje em dia. Todas as semanas ainda trocamos ao menos uma mensagem no facebook ou algumas palavras no MSN, mas enfim desencanei desse romance sem propósito.

A Josi deve estar orgulhosa de mim agora. Não consegui ouvir os conselhos dela sobre o amor antes de vivê-lo, mas agora entendo cada uma de suas palavras.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Retornando ao começo do início

Capítulo IV
E é nesse ponto que retornamos ao início desse livro.
Como foi mesmo que eu comecei a contar? Ah, sim...
Era noite de sexta feira, e eu estava na faculdade. Era a primeira sexta feira do semestre e, portanto, a primeira aula da matéria de História das Artes.
Como em qualquer escola, de qualquer lugar, e em qualquer grau de formação, a primeira coisa que a nova professora fez foi pedir que nos apresentássemos.
Um por um nos levantamos - alguns fazendo graça, a maioria morrendo de vergonha - e dissemos nossos nomes e em qual cidade morávamos.
Em seguida a professora começou a ladainha sobre o quão útil era a matéria que iria ministrar durante o semestre, como a Arte era importante em nossas vidas e como a sociedade estava se tornando cada vez mais alienada nesses aspectos.
Sabe, eu não tenho nada contra Arte, bem ao contrário, eu adoro ir a exposições de pinturas, teatro, cinema, etc.
E a História? Eu sempre gostei dessa matéria. Mas aquela professora me pareceu tão monótona, com seus discursinhos tão batidos e perguntinhas tão obvias que me fez pensar de imediato o quão chatas seriam minhas sextas feiras naquele fim de ano.
Para completar, nos últimos minutos de aula ela pediu que escrevêssemos um texto sobre o tema: O que é arte para mim?
Bom, aqui está o texto mais puxa-saco que eu já fiz na vida:

O que é arte para mim?
Ou melhor: o que é Arte para mim? Afinal, é preciso imprimi-la ao papel com letra maiúscula. É assim que eu a vejo.
Por toda a minha infância, por mais que eu tente me lembrar e procurar, não há canto que eu olhe nessa parte da minha história que me faça dizer que eu conhecia Arte. Porém, hoje, ela é parte de mim e acredito poder dizer que é um dos combustíveis que me movem.
Conheci museus e, com eles, a Arte. Conheci o cinema, o teatro e a dança e, com eles, a Arte. Conheci os livros! Sim, muitos livros que, para mim são uma das mais belas artes. Os livros que consomem meu tempo e tornam agradável minha vida.
Enfim, arte – Arte – ARTE é o meu presente e sonho de futuro perfeito, pois o Jornalismo é uma Arte!

Passados dois meses do segundo semestre de faculdade, percebi que essa matéria não seria tão chata quanto pensei. Percebo agora, também, que é preciso aproveitar cada um dos momentos, pois isso é parte dessa grande experiência que chamamos viver. Portanto: Divirta-se.


Está achando que acabou não é?! Não mesmo... Isso é só o começo!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Escolhas

Capítulo III
Algum tempo após esse episódio fatídico; sinistro; perturbador, eu me vi a encará-lo novamente. Já estava quase concluindo o ensino médio e era chegada a hora de enfrentar o vestibular, fazer um curso técnico ou ser massacrada pelo mercado de trabalho. Desejei poder dizer: “dane-se o mercado”, mas sabia que isso não ia adiantar.
Prestei provas para um Curso Técnico de Secretariado, passei com louvor em primeiro lugar e logo no primeiro dia me perguntei o que estava fazendo no meio de 40 mulheres loucas, escandalosas, cheias de rosa, enfim, tudo o que uma mulher – ou pelo menos as jovens – tem que ser quando são normais e não estranhas como eu.
Uma semana depois tinha desistido do curso – “disse dane-se ao mercado sem nem ao menos perceber”.

Um semestre depois; outra prova de seleção na escola técnica; outro primeiro lugar e lá estavam eu, meus cadernos, 40 alunos, o professor e a crença de que Administração de Empresas devia ser uma coisa legal de se fazer.
Estudei marketing, contabilidade, logística, direito empresarial; conheci pessoas e fiz amigos; cumpri metade de um curso técnico; fiquei chateada e um bocado infeliz. “Droga! Aquilo não era eu, isso estava claro.” “Disse dane-se ao mercado mais uma vez, e mais uma vez sem perceber”.

2006 acabou, 2007 chegou... E eu continuava não sabendo quem era.

Porém a vontade de escrever, que eu já tinha desde o momento em que li o primeiro livro, só fazia crescer, e eu fui compelida por mim e por influencia de outros a tentar o vestibular no curso de Letras. Afinal, o que seria mais apropriado?
Passei e nem fui realizar a matrícula. Estava cansada de cometer erros e uma vozinha interior - aquela a que chamam sexto sentido - me dizia que seguir com aquilo seria um erro.
Então, após dezenas de tropeços e um ano de trabalho como Agente de Saúde, estava matriculada no curso de Jornalismo. Um curso muito bom do qual eu gosto bastante. Mas sabe aquela idéia de fazer uma faculdade que te prepare para o emprego na área que você gosta? Pois é, agora entendo que não existe uma para o que eu sonho fazer: Eu quero ser escritora. Quero escrever bons romances e tenho quase certeza de que um curso sobre técnicas de redação jornalística, com seu Lide e a pirâmide invertida, tem poucas chances de me ajudar a ser boa nisso.
Agora vocês devem estar achando que eu pretendo chutar mais esse curso, desistir de tudo novamente... Mas não. Eu realmente não pretendo fazer isso. Eu concluirei a faculdade de Jornalismo e pretendo ser a melhor da minha área, pois, apesar desse não ser o meu maior sonho, é um grande desejo que irei realizar e sinto prazer em fazê-lo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Quem é você?"

Capítulo II

Uma vez, não me lembro quanto tempo faz isso, mas não deve fazer tanto tempo, pois a conversa não era entre crianças e eu me recordo da situação como uma lembrança satisfatoriamente clara... Enfim: Eu estava conversando com alguns amigos e um deles contava sobre uma entrevista de emprego. Ele dizia que os assistentes de Rh do local haviam preparado diversas perguntas a serem respondidas pelos candidatos sob um propósito qualquer - que aqui não vem ao caso, pois minha intenção não é instruir sobre formas de seleção de profissionais – e que entre as questões havia uma bastante interessante: Quem é você?
No dia, ou noite em questão, todos os presentes, meus colegas, começaram a discutir o assunto. Só que com um objetivo, um alvo de estudos, diferente do meu.
Enquanto todos discutiam quais seriam suas respostas àquela pergunta e qual seria a reposta correta, o que era desejado pelos selecionadores, eu me ocupava de uma investigação profunda. Afinal, quem eu era?
... “Eu sou Jéssica, tenho ** anos”...
... “Sou alta, morena, não muito atraente”...
... “Gosto de filmes, aventura, diversão”...
Afinal, como dizer quem eu sou? Eu deveria fazer uma narração da minha certidão de nascimento; um apanhado de características do site de Procura-se um Amor; ou realizar um processo de classificação com defeito, prazeres e muito mais, tudo organizado por categorias?
Confesso que entrei em pânico. Não era a primeira vez que isso acontecia, nem seria a ultima – hoje sei disso -, mas foi, provavelmente, uma das situações de maior pavor. Ainda não sei se conheço uma resposta adequada.
Prestem atenção antes de criticar essa minha grande dúvida. Eu digo que minha angústia é não saber quem eu sou que, tenho certeza, é bem diferente de o que sou. Afinal, a reposta da segunda questão é bem fácil, outros já descobriram por mim.
Alguns caras malucos - Darwin entre eles - já deram títulos engraçados sobre o que somos: Homo Sapiens - Acho que é algo assim – e dizem que somos resultado de uma divisão na mesma linha evolutiva que deu origem aos macacos, que viemos do mesmo lugar que nossos coleguinhas primatas ... “Que bom que deixamos um bocado dos pelos para trás hem?”
Viram? Essa resposta nós já temos e eu sei. Mas a questão “Quem sou?” ninguém podia responder por mim e eu sentia bem lá no fundo que um dia precisaria descobrir.

domingo, 6 de setembro de 2009

Apresentações

Tenho um enorme desejo de um dia ser uma grande escritora e aqui estou, com essa intenção: Começo, desde agora, a escrever minha História em "Um livro talvez".





Capítulo I

Olá! Aqui estou eu; mais uma vez tentando, talvez em vão, escrever algo que um dia considere publicável. Mas o que exatamente é esse publicável? Qual será essa característica que faz de um livro - ou seria melhor chamar de história? - algo que valha a pena ler?
Acho que é provável que eu nunca saiba realmente a resposta para essas perguntas. Mas, enquanto discuto internamente essa questão, vou lhes contar algo que me aconteceu há dois dias:
Era noite de sexta feira, e eu estava na faculdade....
Hei, espere! Ainda não contei sobre a faculdade não é mesmo? Vocês ainda não sabem nada sobre mim, quem eu sou, por exemplo. Já se fizeram essa pergunta: Quem sou eu? Quem eu sou? Na ordem que acharem melhor. Eu já... provavelmente uma centena de vezes.