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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Escolhas

Capítulo III
Algum tempo após esse episódio fatídico; sinistro; perturbador, eu me vi a encará-lo novamente. Já estava quase concluindo o ensino médio e era chegada a hora de enfrentar o vestibular, fazer um curso técnico ou ser massacrada pelo mercado de trabalho. Desejei poder dizer: “dane-se o mercado”, mas sabia que isso não ia adiantar.
Prestei provas para um Curso Técnico de Secretariado, passei com louvor em primeiro lugar e logo no primeiro dia me perguntei o que estava fazendo no meio de 40 mulheres loucas, escandalosas, cheias de rosa, enfim, tudo o que uma mulher – ou pelo menos as jovens – tem que ser quando são normais e não estranhas como eu.
Uma semana depois tinha desistido do curso – “disse dane-se ao mercado sem nem ao menos perceber”.

Um semestre depois; outra prova de seleção na escola técnica; outro primeiro lugar e lá estavam eu, meus cadernos, 40 alunos, o professor e a crença de que Administração de Empresas devia ser uma coisa legal de se fazer.
Estudei marketing, contabilidade, logística, direito empresarial; conheci pessoas e fiz amigos; cumpri metade de um curso técnico; fiquei chateada e um bocado infeliz. “Droga! Aquilo não era eu, isso estava claro.” “Disse dane-se ao mercado mais uma vez, e mais uma vez sem perceber”.

2006 acabou, 2007 chegou... E eu continuava não sabendo quem era.

Porém a vontade de escrever, que eu já tinha desde o momento em que li o primeiro livro, só fazia crescer, e eu fui compelida por mim e por influencia de outros a tentar o vestibular no curso de Letras. Afinal, o que seria mais apropriado?
Passei e nem fui realizar a matrícula. Estava cansada de cometer erros e uma vozinha interior - aquela a que chamam sexto sentido - me dizia que seguir com aquilo seria um erro.
Então, após dezenas de tropeços e um ano de trabalho como Agente de Saúde, estava matriculada no curso de Jornalismo. Um curso muito bom do qual eu gosto bastante. Mas sabe aquela idéia de fazer uma faculdade que te prepare para o emprego na área que você gosta? Pois é, agora entendo que não existe uma para o que eu sonho fazer: Eu quero ser escritora. Quero escrever bons romances e tenho quase certeza de que um curso sobre técnicas de redação jornalística, com seu Lide e a pirâmide invertida, tem poucas chances de me ajudar a ser boa nisso.
Agora vocês devem estar achando que eu pretendo chutar mais esse curso, desistir de tudo novamente... Mas não. Eu realmente não pretendo fazer isso. Eu concluirei a faculdade de Jornalismo e pretendo ser a melhor da minha área, pois, apesar desse não ser o meu maior sonho, é um grande desejo que irei realizar e sinto prazer em fazê-lo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Quem é você?"

Capítulo II

Uma vez, não me lembro quanto tempo faz isso, mas não deve fazer tanto tempo, pois a conversa não era entre crianças e eu me recordo da situação como uma lembrança satisfatoriamente clara... Enfim: Eu estava conversando com alguns amigos e um deles contava sobre uma entrevista de emprego. Ele dizia que os assistentes de Rh do local haviam preparado diversas perguntas a serem respondidas pelos candidatos sob um propósito qualquer - que aqui não vem ao caso, pois minha intenção não é instruir sobre formas de seleção de profissionais – e que entre as questões havia uma bastante interessante: Quem é você?
No dia, ou noite em questão, todos os presentes, meus colegas, começaram a discutir o assunto. Só que com um objetivo, um alvo de estudos, diferente do meu.
Enquanto todos discutiam quais seriam suas respostas àquela pergunta e qual seria a reposta correta, o que era desejado pelos selecionadores, eu me ocupava de uma investigação profunda. Afinal, quem eu era?
... “Eu sou Jéssica, tenho ** anos”...
... “Sou alta, morena, não muito atraente”...
... “Gosto de filmes, aventura, diversão”...
Afinal, como dizer quem eu sou? Eu deveria fazer uma narração da minha certidão de nascimento; um apanhado de características do site de Procura-se um Amor; ou realizar um processo de classificação com defeito, prazeres e muito mais, tudo organizado por categorias?
Confesso que entrei em pânico. Não era a primeira vez que isso acontecia, nem seria a ultima – hoje sei disso -, mas foi, provavelmente, uma das situações de maior pavor. Ainda não sei se conheço uma resposta adequada.
Prestem atenção antes de criticar essa minha grande dúvida. Eu digo que minha angústia é não saber quem eu sou que, tenho certeza, é bem diferente de o que sou. Afinal, a reposta da segunda questão é bem fácil, outros já descobriram por mim.
Alguns caras malucos - Darwin entre eles - já deram títulos engraçados sobre o que somos: Homo Sapiens - Acho que é algo assim – e dizem que somos resultado de uma divisão na mesma linha evolutiva que deu origem aos macacos, que viemos do mesmo lugar que nossos coleguinhas primatas ... “Que bom que deixamos um bocado dos pelos para trás hem?”
Viram? Essa resposta nós já temos e eu sei. Mas a questão “Quem sou?” ninguém podia responder por mim e eu sentia bem lá no fundo que um dia precisaria descobrir.

domingo, 6 de setembro de 2009

Apresentações

Tenho um enorme desejo de um dia ser uma grande escritora e aqui estou, com essa intenção: Começo, desde agora, a escrever minha História em "Um livro talvez".





Capítulo I

Olá! Aqui estou eu; mais uma vez tentando, talvez em vão, escrever algo que um dia considere publicável. Mas o que exatamente é esse publicável? Qual será essa característica que faz de um livro - ou seria melhor chamar de história? - algo que valha a pena ler?
Acho que é provável que eu nunca saiba realmente a resposta para essas perguntas. Mas, enquanto discuto internamente essa questão, vou lhes contar algo que me aconteceu há dois dias:
Era noite de sexta feira, e eu estava na faculdade....
Hei, espere! Ainda não contei sobre a faculdade não é mesmo? Vocês ainda não sabem nada sobre mim, quem eu sou, por exemplo. Já se fizeram essa pergunta: Quem sou eu? Quem eu sou? Na ordem que acharem melhor. Eu já... provavelmente uma centena de vezes.